top of page

Canil Fashion Week

  • Foto do escritor: Inês
    Inês
  • 20 de mar. de 2019
  • 3 min de leitura

Este blog já viu publicados muitos textos idiotas, mas o grau de idiotice deste está claramente acima da média. Depois não digam que eu não avisei, a partir daqui não me responsabilizo pelo que acontece, estão por vossa conta e risco. Convém ressalvar que o grupo Ideias Vadias® não aceita queixas, aliás nem temos livro de reclamações. Recomendamos vivamente aos leitores que tenham um seguro de acidentes pessoais, caso desejem prosseguir a leitura. Posto isto, passamos à reflexão filosófica de hoje, que se centra no mercado inexplorado da roupa canina. Um tema emergente dos nossos tempos, se há coisa com a qual nos devemos preocupar, é o potencial de negócio da alta costura para cães. Peço, portanto, a total atenção dos estudantes de moda, alfaiates e veterinários autodidatas, que esta ideia ainda não está patenteada. Os encantadores de cães também são bem-vindos.

Estava eu na felpuda companhia do meu adorável caniche anão, quando a epifania me atingiu. Isto porque a minha mãe, empreendedora por sinal, lhe fez uma camisola a partir de um cachecol, agora imaginem só a quantidade de modelitos que se poderia criar e nem vou falar dos sapatos. Ser visionário é achar que um dálmata ficaria bem de fato. Claro está, que isto permitiria toda uma panóplia de conceitos publicitários, mais ainda se a Sacoor alinhasse na brincadeira. Seria o deleite da elite nacional, já habituada a vestir a família toda de igual, expandiam agora o conceito à bicharada. Que linda imagem, os humanos endinheirados e respetivos cachorros a fazer pandã, ou pendant se fizerem parte do referido grupo de pessoas. Havia também a questão dos desfiles e todos os possíveis patrocínios associados. Estou a falar convosco, marcas de ração e pessoas que organizam concursos para cães que mais parecem do circo. Já estou a ver um bulldog francês a ditar as tendências mundiais, ou até mesmo a criar uma nova versão da Vogue, a Dogue. Gostava tanto de ver o inspetor Max vestido pela Louis Vuitton ou a Skye, da patrulha pata, a dar tudo com uma peça Armani. Esqueçam o diabo, a partir de agora é o cão que veste Prada.

Para os mais céticos, aqueles que ainda não estão convencidos, tenho 3 palavras. Cães. De. Loiça. Se isto não são os melhores manequins de sempre, então não sei muito bem o que será. Acho que o único ponto fraco deste estiloso império, seria mesmo a sensibilidade no que toca a questões de crueldade animal. Uma problemática relevante, mas tenham calma que não tem nada a ver com o assunto. Gentes do PAN, podem guardar as forquilhas, não estou a sugerir vestir os nossos amigos de quatro patas com peles e padrões de cobra ou leopardo. Seria tudo à base de algodão, para nem sequer os bichos da seda serem metidos ao barulho. E já agora, aproveitando a opinião da PETA em relação aos ditados populares, podíamos mudar a expressão para: “Quem tem medo compra roupa para o seu cão”, fica no ouvido.

Termino com uma mensagem para os senhores da Lacoste, por favor não se ponham com ideias malucas, que os crocodilos não me parecem muito interessados numa camisola bordô, mesmo que seja de caxemira. Mas também, é uma questão de experimentar, o pior que pode acontecer é perder um braço ou uma perna. Façam uma parceria com a Crocs, e sejam felizes com as criaturas do pântano e respetivas bocas com 80 dentes. Quanto aos que têm cães, tenham atenção, não vão os animais começar a enterrar peças de roupa pirosas ou de coleções antigas à falta de um osso.


Nota: Este texto não foi patrocinado por nenhuma marca de ração, mas o meu cão gosta muito de Royal Canin e Pedigree, achei que deviam saber.

 
 
 

Comments


LOGO-NOVO.png
  • Facebook - círculo cinza
  • Instagram - Grey Circle
  • Twitter - Grey Circle
  • YouTube - Grey Circle
bottom of page